Impacto da privação na infância no cérebro dos adultos
- Desigualdades e violências
A ciência já demonstrou que sofrer privações na primeira infância repercute negativamente na saúde mental e física na vida adulta. Pouco se sabe, contudo, sobre as alterações estruturais que se perpetuam no cérebro destas crianças e sustentam esses efeitos nocivos de forma prolongada.
Um novo estudo liderado pela Universidade Columbia, nos Estados Unidos, avaliou com exames de imagem o cérebro de 67 jovens adultos que viveram em orfanatos na Romênia durante o governo do ditador Nicolae Ceauşescu, um período difícil para o país do leste asiático, de privação extrema para as crianças institucionalizadas. Todas foram adotadas por famílias do Reino Unido.
Entre os achados, foi identificado que o volume cerebral total dos adultos que cresceram em uma situação adversa era 8,6% menor do que o de crianças também adotadas, mas que não tinham passado por privações. Outras áreas específicas e importantes, ligadas à concentração, inteligência e comportamento, apresentaram alterações.
*Conteúdo publicado originalmente no site Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS)