Risco gestacional e desigualdades sociais: uma relação possível?
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Agentes da rede de saúde pública usam a Classificação de Risco Gestacional (CRG) estabelecida pelo Ministério da Saúde para determinar a vulnerabilidade da gestante a complicações que coloquem sua saúde em risco. Ocorre que essa classificação acaba não considerando alguns fatores sociais importantes, aponta o estudo abaixo. O trabalho, conduzido por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), Fiocruz e outras instituições, incluiu mais de 1,7 mil gestantes do Espírito Santo. Ao analisar os dados dessa base robusta de participantes, o grupo encontrou associação entre alto risco gestacional e quatro fatores: local de moradia, chefia da mulher na família, escolaridade do chefe familiar menor do que cinco anos e recebimento de benefícios sociais. Para os pesquisadores, esses critérios poderiam ser incorporados ao CRG, bem como outros, para aprimorar a detecção dos casos que exigem maior acompanhamento.
*Conteúdo publicado originalmente na revista científica Ciência & Saúde Coletiva